Comissão da Alerj pedirá quebra de sigilo  da empresa de bilhetagem do Maracanã

A Comissão Especial de Esportes Olímpicos e de Alto Rendimento Financeiro da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) irá solicitar à Secretaria de Estado de Fazenda a quebra de sigilo do contrato da Imply Tecnologia, empresa responsável pela bilhetagem no Estádio do Maracanã. A decisão foi anunciada na sexta-feira (27) durante audiência pública.

O deputado Rodrigo Amorim (PSL), que preside a comissão, explicou que a quebra de sigilo é necessária para entender, dentre outros pontos, a emissão dos ingressos e o valor retirado pela empresa
Octacílio Barbosa

O deputado Rodrigo Amorim (PSL), que preside a comissão, explicou que a quebra de sigilo é necessária para entender, dentre outros pontos, a emissão dos ingressos e o valor retirado pela empresa sobre cada um deles. “A mesma empresa que emite o bilhete é aquela que faz a operação de entrada no estádio e que audita esse processo. Hoje, há uma impossibilidade de verificação por parte do atual concessionário de quem efetivamente entra no Maracanã. A gente começou a entender como funciona a atuação da empresa, mas é necessária a análise desse contrato”, disse, destacando ainda o grande número de ingressos vendidos por cambistas.

Por outro lado, o diretor industrial da empresa, Sérgio Meinhardt, explicou que foi desenvolvida uma ferramenta para venda de ingressos sob demanda do consórcio e que o número de bilhetes vendidos é definido pelos clientes, no caso, a administração do Maracanã. Ele ainda destacou que todos os clientes da empresa têm acesso a ferramenta de controle da bilhetagem. A Imply atua no estádio desde 2014, quando firmou contrato com o antigo consórcio que administrava o equipamento.

O diretor-geral do Maracanã, Severiano Braga, confirmou que consegue acompanhar em tempo real o número de torcedores que entra no estádio. “Nós temos uma sala de controle que monitora cada catraca de acesso. Temos também a nossa equipe de tecnologia, que acompanha o sistema e o banco de dados produzido pela empresa”, disse.

Questionado se a Imply não poderia adulterar os dados analisados pelo Maracanã, Meinhardt explicou que a empresa atuou em grandes eventos realizados no país, como a Copa do Mundo da Fifa e a Copa América, e que já exportou sua tecnologia para 60 países. “Uma alteração nesses dados deixaria rastros que podem ser reconhecidos em auditoria. Nós exportamos nosso sistema para outros países, passando por diversos processos de fiscalização”, comentou.

A próxima audiência da comissão será no dia 11 de outubro e terá como tema: as possíveis falhas dos árbitros nas partidas de futebol.

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