Feira Iguassú diz não ao preconceito e abraça a inclusão

A Prefeitura de Nova Iguaçu realizou, no último sábado (13), mais uma edição da Feira Iguassú. O já tradicional evento que reúne o melhor da gastronomia, do artesanato, da moda e da música na Rua Getúlio Vargas, no Centro, agora pode ser chamado também de ‘Feira Inclusiva’. Quem foi à feira pôde ver a inclusão presente no banheiro com acessibilidade, disponível na Casa de Cultura, nas peças vendidas nos stands, nas apresentações artísticas e até mesmo na comida.

Uma das fundadoras da Feira Iguassú, idealizada pela Secretaria Municipal de Cultura (SEMCULT) em parceria com a sociedade civil organizada, a baiana Márcia Corrêa, conhecida como Márcia Baiana, levou ao público seu tabuleiro do Jeitão da Baiana. Mais do que vender delícias como acarajé, bobó de camarão e cocada na quenga, ela proporcionou ao público uma experiência gastronômica que remete a um importante tema: as raízes africanas.

“Trazer a culinária típica da Bahia para a Feira Iguassú também é falar de inclusão, pois envolve as questões da ancestralidade e religiosidade ao culto afro-brasileiro”, afirmou Márcia, que vive em Nova Iguaçu há 50 anos.

Quem também tinha como proposta o resgate da ancestralidade era Mariana Victória Silva Oliveira dos Santos. Ela levou à feira o stand DNA Black, que oferece uma diversidade de turbantes e acessórios afros. “A moda brasileira tem muito da influência do padrão europeu. Mas nós, negros, temos nos empoderado cada vez mais e queremos trazer a cultura afro para que outras pessoas resgatem suas raízes”, explica Mariana.

A edição deste sábado, a terceira do ano e a sétima desde a criação da Feira Iguassú, em 2019, também foi um grito contra o preconceito. A coreógrafa Valéria Brito levou ao público duas apresentações de dança especiais. Na primeira delas, um grupo de pessoas com deficiência surpreendeu os presentes. Na segunda, alunos do grupo adulto profissional, que nos mês passado ficaram em segundo lugar no Festival de Dança de Joinville, um dos maiores do mundo, fizeram uma exibição de tirar o fôlego.

“Estas apresentações são um grito contra a homofobia e o preconceito, pois a dança é para todos. Estamos felizes por estar aqui e esperamos voltar mais vezes”, celebrou Valéria.

Quem foi à feira pôde levar para casa um pedacinho da inclusão. E uma das responsáveis por isso foi a artesã Sônia da Silva, conhecida como Sônia das Bonecas Inclusivas. Em seu stand, bonecas com os mais diversos tipos de deficiência. “Temos cadeirantes, amputadas, autistas, albinas, transplantadas, além de bonecas cegas, surdas e até com vitiligo”, conta Sônia, que deu início à produção inclusiva após perder a audição do ouvido esquerdo. “É muito gratificante quando alguém compra uma boneca minha e diz que se parece com alguém para quem comprou. As crianças e até mesmo os adultos se identificam com as bonecas”, complementou.

O evento teve ainda a apresentação de um trabalho desenvolvido com crianças com deficiência que estudam na rede municipal. Além disso, a Escola Carioca de Dança levou ao público a atração “Carioca Sobre Rodas”, na qual pessoas com deficiência fizeram coreografias com cadeiras de rodas. Houve ainda as apresentações musicais do grupo Samba da Siriguela, que representou a influência africana no Brasil, e da cantora iguaçuana Maria Clara Maciel, que cantou sucessos da MPB.

Lançada em setembro de 2019, a Feira Iguassú acontece sempre no segundo sábado do mês. O evento, que não foi realizado por dois anos, em função da pandemia da Covid-19, voltou a ser realizado em maio deste ano. Ele acontece na Rua Getúlio Vargas, no Centro, das 9h às 19h.

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