Mais dois laboratórios brasileiros poderão diagnosticar coronavírus

A partir da próxima semana, os laboratórios dos institutos Adolfo Lutz, em São Paulo, e Evandro Chagas, no Pará, passarão a fazer exames de detecção do coronavírus. Até então, as análises laboratoriais no Brasil estavam todas concentradas na Fundação Osvaldo Cruz, na capital paulista. A informação foi divulgada ontem (31) em entrevista coletiva no Ministério da Saúde. O último boletim da pasta mostra que, no Brasil, 12 pacientes estão com suspeita de terem contraído o vírus.

Para a proteção dos profissionais de saúde da rede pública, o governo promete lançar licitação para aquisição emergencial de equipamentos de proteção individual. O quantitativo de materiais a serem adquiridos ainda está sendo definido. Entre os itens estão máscaras cirúrgicas, gorro, protetor facial e luvas. 

Outra ação do governo em meio a disseminação do vírus internacionalmente foi reativar o Grupo Executivo Interministerial de Emergência em Saúde Pública, que já atuou em outras emergências de saúde pública, como a da influenza. Coordenado pelo Ministério da Saúde, o grupo reúne representantes de órgãos como Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ministério da Defesa, Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Ministério do Desenvolvimento, Gabinete de Segurança Institucional e Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 

Estados

Na próxima quinta-feira (6), está prevista uma reunião, em Brasília, do ministro da Saúde com os secretários estaduais de Saúde de todo o país, com o objetivo de discutir ações para prevenção e monitoramento da doença no Brasil.

O governo ainda mantém o país em estado de alerta para o coronavírus. Em caso de confirmação de diagnóstico do vírus no Brasil, o status poderá mudar para situação de emergência em saúde.

Ontem (31), a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de emergência global em razão da disseminação do coronavírus.

Fakenews

Os técnicos do Ministério da Saúde também informaram, durante a coletiva, que tem havido uma disseminação em massa de notícias falsas e desinformação sobre coronavírus. De acordo com o secretário-executivo da pasta, João Gabbardo dos Reis, foi criado um site para esclarecer a população sobre o crononavírus. 

“Tem uma série de informações que têm saído, algumas inclusive relacionadas ao próprio Ministério de Saúde, e algumas são absolutamente falsas e a gente quer deixar isso claro”.  

Um outro site na internet, também do Ministério da Saúde, traz dados gerais e estatísticas sobre a doença no Brasil e no mundo. É por ele que a pasta pretende atualizar, diariamente, as informações sobre a doença.

Um número de WhatsApp também  foi disponibilizado para que a população possa receber informações oficiais do ministério sobre o coronavírus: 61 99289 4640.

Histórico do vírus

Para a proteção dos profissionais de saúde da rede pública, o governo promete lançar licitação para aquisição emergencial de equipamentos de proteção individual
Divulgação/Josué Damacena (IOC/Fiocruz)

Os coronavírus são conhecidos desde meados dos anos 1960 e já estiveram associados a outros episódios de alerta internacional nos últimos anos. Em 2002, uma variante gerou um surto de síndrome respiratória aguda grave (Sars) que também teve início na China e atingiu mais de 8 mil pessoas. Em 2012, um novo coronavírus causou uma síndrome respiratória no Oriente Médio que foi chamada de Mers.

A atual transmissão foi identificada em 7 de janeiro. O escritório da OMS na China buscava respostas para casos de uma pneumonia de etiologia até então desconhecida que afetava moradores na cidade de Wuhan. No dia 11 de janeiro foi apontado um mercado de frutos do mar como o local de origem da transmissão. O espaço foi fechado pelo governo chinês.

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