“Meu pai é um pintor” é um curta-metragem que nasce da memória e da imaginação, mas encontra solo fértil no afeto. Dirigido por Catu Rizo, cineasta nilopolitana, o filme acompanha um dia na vida de Milton — seu pai, pintor e aposentado — e traduz em cinema a delicadeza dos pequenos rituais cotidianos: o café da manhã, a feira de domingo, a sombra no quintal, o azul do quadro que nunca termina.
Com 15 minutos de duração, o documentário performático transita entre o real e o fantástico. A doença de Alzheimer, que se insinua nos esquecimentos de Milton, é tratada com respeito e ternura. A paleta impressionista remete a Manet e Monet, e a linguagem visual é fortemente inspirada em obras como “Tio Yanco” e “Quintal” de Agnès Varda e André Novais— onde o quintal e a cidade são mais que cenários: são personagens vivos da narrativa.
O filme foi realizado por uma equipe da Baixada Fluminense e da capital. O filme será inscrito em festivais como parte de sua circulação. O roteiro será publicado em versão física, com tradução para braille e também em formato de áudio, como gesto de inclusão.
“Meu pai é um pintor” é um projeto que costura memória, arte e pertencimento. Um filme que respira Nilópolis e pinta com afeto o que o tempo tenta apagar.
Foto: Catu Rizo