Alerj recebe moradores de Paquetá e vai ajudar  no problema da redução dos horários das barcas

Há onze dias, cerca de cinco mil moradores da Ilha de Paquetá sofrem com a redução da grade de horários das barcas que liga o bairro à Praça XV, no Centro do Rio de Janeiro. A medida, implementada pela CCR Barcas – que detém a concessão do serviço de transporte aquaviário no Rio de Janeiro – no dia 25 de janeiro passado, foi discutida nesta terça-feira (4) numa reunião entre residentes de Paquetá, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputado André Ceciliano (PT), e integrantes da Frente Parlamentar em Defesa do Transporte Aquaviário. Após ouvir as demandas, o presidente da Casa – que recebeu a todos em seu gabinete no prédio da Rua da Alfândega – afirmou que vai buscar uma solução emergencial para o problema. “O nosso objetivo é encontrar uma alternativa para essa questão”, garantiu Ceciliano.

Segundo a representante da Associação de Moradores da Ilha de Paquetá, Ialê Falleiros, cerca de 1.700 moradores utilizam o transporte, diariamente, para ir ao trabalho. “Desse total, apenas 25% trabalham no centro do Rio, e todo o restante precisa ainda pegar mais uma condução até chegar ao serviço. Essa mudança está impactando diretamente a vida profissional e escolar de muitos residentes que estão perdendo seus empregos e deixando as escolas por não conseguir cumprir com os horários”, justificou Falleiros.

Ao todo foram reduzidas 11 viagens nos fins de semana (passando de 23 para 12) e cinco horários extintos nos dias úteis. Ialê explicou que a mudança está provocando impactos negativos também no turismo da região. “O movimento caiu cerca de 80% na cidade durante o fim de semana. Temos apenas um horário de saída e um de chegada à ilha aos sábados e domingos, fazendo com que as barcas fiquem lotadas. Muitos passageiros pagam a passagem e ainda precisam fazer uma viagem de mais de uma hora em pé”, explicou a representante da associação.

Quem sente o impacto no caixa e nas mesas é Maurício Castelhano, proprietário há 40 anos do restaurante Zeca`s, em Paquetá. “No último domingo, atendi a apenas quatro mesas. Isso nunca tinha me acontecido antes. Essa é a pior fase que estou tendo que enfrentar”, desabafou. Ele ainda destacou que tem 20 funcionários com carteira assinada e que se o movimento continuar assim terá que dispensar alguns profissionais.

O presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Transporte Aquaviário, deputado Flávio Serafini (PSol), lembrou que a CCR Barcas, detentora da concessão desse tipo de transporte no Rio, informou que a medida teve que ser tomada para conter o desequilíbrio fiscal de R$ 7 milhões anuais da empresa. “Precisamos entender melhor esse desequilíbrio. A decisão foi arbitrária e não contou com a participação dos moradores. Se continuar dessa forma, o bairro vai acabar”, alertou Serafini.

Também estiveram presentes na reunião os deputados Eliomar Coelho (PSol), Waldeck Carneiro (PT) e Dr. Serginho (PSL).

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