A Prefeitura de Nova Iguaçu decidiu proibir o funcionamento dos bares, restaurantes e demais estabelecimentos de comércio de bens e prestação de serviços, localizados na Rua Juiz Alberto Nader, no Centro de Nova Iguaçu, após às 23 horas. O decreto foi publicado em edição extraordinária e entra em vigor a partir de hoje (17/07).

No documento, o prefeito Rogerio Lisboa determina que a fiscalização da restrição prevista caberá aos agentes fiscalizadores municipais, com apoio do efetivo vinculado ao Programa Segurança Presente, sob a coordenação da Superintendência de Controle Urbano da Secretaria Municipal de Segurança Pública.

Caso algum estabelecimento descumpra a determinação será realizada a interdição ou embargo temporário do local realizado mediante ato formal em caso de não cumprimento voluntário da restrição, observando-se o disposto no Código Municipal de Posturas.

Oficialmente, o decreto estabelece que a nova determinação é uma medida restritiva excepcional para contenção da disseminação do surto de covid-19. Mas ela surge no mesmo dia em que os moradores da região vivenciaram uma madrugada de terror, com muitos tiros e um homem ferido.

Segundo informações da Polícia Militar, às 03h40 da manhã desta sexta-feira (17/07) uma equipe atendeu chamado para averiguar disparos de arma de fogo na Rua Juiz Alberto Nader esquina com Mário Guimarães, e chegando ao local encontrou um homem identificado como Johnny Campos da Silva Fernandes, 30 anos, com diversas perfurações por arma de fogo nas pernas sendo socorrido e levado em seguida ao Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI). Segundo informações da unidade, ele deu entrada com ferimentos provocados por arma de fogo no braço, nas pernas e pé. Ele passou por cirurgia e permanece estável. O caso está sendo investigado pela 52ª DP.

Ainda não se sabe o que ocasionou o tiroteio, mas moradores da região relataram que além da música alta, muito acima do volume permitido por lei, é comum escutar brigas e tiros nos fins de semana. Há relatos também sobre carros estacionados de maneira irregular, obstruindo a entrada e saída de veículos dos moradores das ruas nos arredores. Outra queixa, principalmente dos residentes dos prédios localizados em frente aos bares, é que uma multidão toma conta das ruas aos fins de semana indo contra todas as medidas restritivas que prevê o distanciamento social para conter o avanço da covid-19.

“Sexta-feira passada, eu tive dificuldade de entrar na minha casa por conta da quantidade de pessoas aglomeradas na portaria e o pior, sem máscaras. Sou do grupo de risco e tive que sair por necessidade e mesmo tomando as medidas preventivas me senti totalmente insegura. É triste ver jovens tão irresponsáveis que por uma noite de diversão, nem se preocupem em talvez serem os portadores da doença para suas casas e infectar seus pais e avós. Uma pena.”, disse uma moradora que preferiu não se identificar.

“Nosso bairro era muito pacato e essencialmente residencial. Até me questiono se é permitido por lei, pelo zoneamento urbano, que essa rua abrigue essa quantidade de bares. Espero que a Prefeitura, Polícia Militar e Ministério Público tomem providências pois do jeito que está não dá para continuar. A tendência é acontecer uma tragédia ainda maior. Imagina uma briga com a rua lotada de gente e alguém faz um disparo? Um verdadeiro barril de pólvora”, disse João Carlos, morador do bairro há 40 anos.