Deputados contrários às privatizações de empresas públicas se reuniram ontem (13) para debaterem os impactos sociais e econômicos causados com a venda das estatais. O tema foi discutido durante audiência promovida pela Comissão do Trabalho da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Presidente da Comissão, a deputada Mônica Francisco (PSol) mencionou o projeto de privatização da Cedae, apontando para os problemas graves de saneamento no estado.

Segundo ela, a divisão social da distribuição de água no estado é grave. “Nós não temos saneamento no estado. A comunidade da Rocinha, por exemplo, ainda não teve seu saneamento universalizado, impactando os bairros da Gávea e São Conrado, na Zona Sul, que também não têm um sistema sanitário adequado e isso se repete por diversas cidades. Ou seja, estamos falando de um momento no qual deveríamos é estar investindo nas empresas públicas”, alertou a parlamentar.

O monopólio de grupos econômicos na estatização de empresas púbicas preocupa o professor e pesquisador da Unirio, João Roberto Lopes. Segundo ele, em quase metade dos mais de 270 municípios em que o saneamento está privatizado, as empresas responsáveis pelo serviço encontram-se sob a gestão da BRK Ambiental, que é controlada pela Brookfield, um dos maiores fundos de investimentos do mundo. “Estão querendo vender o Brasil, não só para empresas privadas, mas para gigantes que querem tirar o sangue, o suor da classe trabalhadora Brasileira”, afirmou o professor.

A Brookfield Asset Management é um fundo de investimentos canadense, que no Brasil tem, aproximadamente, R$ 40 bilhões em ativos sob gestão.

De acordo com o deputado federal Glauber Braga (PSol-RJ), o debate sobre privatizações precisa ser aprofundado. O parlamentar ressaltou a participação da Alerj na discussão e cobrou engajamento popular. “Temos maioria social, sete em cada 10 brasileiros são contra as privatizações, mas precisamos nos mobilizar”, disse o parlamentar.

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