Governador determina maior interlocução  das polícias com líderes comunitários

O governador Wilson Witzel determinou nesta sexta-feira (22) às polícias Civil e Militar que ampliem a interlocução com os líderes comunitários das comunidades cariocas para evitar a realização de operações de busca e apreensão ou ações de inteligência nos momentos em que houver grupos promovendo ações sociais e serviços humanitários nesses locais. A orientação foi transmitida durante reunião por videoconferência com a deputada estadual Mônica Francisco (PSOL) e com representantes de organizações de direitos humanos e ativistas sociais.

Também participaram da reunião o secretário da Polícia Militar, coronel Rogério Figueredo, o secretário da Polícia Civil, Marcus Vinícius Braga, a secretária de Vitimização e Amparo à Pessoa com Deficiência, Priscilla Azevedo, o deputado Márcio Pacheco (PSC), a representante da Anistia Internacional do Brasil, Jurema Werneck, e o representante do grupo Os Arteiros da Cidade de Deus, Rodrigo Felha.

 “Acho que podemos realizar essa integração para que a gente possa criar maior comunicação e evitar que, no momento de uma necessidade de operação de busca e apreensão ou ação de inteligência das polícias, haja pessoas prestando serviços humanitários nestes locais”, disse o governador, em referência ao tiroteio ocorrido na quarta-feira, na Cidade de Deus, entre policiais militares e traficantes durante a distribuição de cestas básicas, que resultou na morte de um rapaz de 18 anos.

O coronel Figueredo informou já ter reforçado a orientação aos comandantes de batalhões para que acompanhem as ações sociais nas comunidades, especialmente neste momento de pandemia, e que as operações sejam realizadas obedecendo aos critérios de conveniência e oportunidade. 

Witzel disse achar essa integração com os batalhões fundamental, e destacou que o estado também tem trabalhado para ajudar os que têm fome neste período crítico de disseminação da covid-19 por meio do Mutirão Humanitário, coordenado pelo vice-governador Cláudio Castro. Para ele, esse trabalho pode e deve ser feito em parceria com os líderes das comunidades.

 “Vamos distribuir ainda cerca de 800 mil cestas básicas”, frisou.

A orientação foi transmitida durante reunião por videoconferência com a deputada estadual Mônica Francisco (PSOL) e com representantes de organizações de direitos humanos e ativistas sociais
Eliane Carvalho

 O governador falou ainda sobre a reestruturação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e sobre programas e projetos sociais já encaminhados pelo Governo do Estado.

 “Estamos reformulando o conceito das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e, a partir da experiência da Unidade de Polícia Presente de Angra dos Reis, vamos encaminhar programas sociais como, por exemplo, de renda mínima e outro que dê oportunidades aos jovens que hoje estão no tráfico de drogas. Infelizmente, fomos dragados economicamente pela pandemia e tivemos que adiar algumas iniciativas”, disse Witzel.

O secretário da Polícia Militar, Rogerio Figueredo, se prontificou a ser um facilitador de ações sociais, e citou como exemplo de integração o trabalho da UPP da Rocinha.

“É preciso que chegue segurança, saúde e assistência social nas comunidades. Cito o exemplo de policiamento ostensivo na Rocinha. Ela saiu dos noticiários porque refizemos o nosso planejamento. A polícia precisa ser uma facilitadora de ações sociais. É com essa ação positiva que temos que chegar”, defendeu ele.

Uma nova reunião será marcada para daqui a 15 dias para a manutenção de diálogo com as entidades sobre questões de segurança pública e as demandas das populações das comunidades.

“A minha gestão é de diálogo e de União. As nossas divergências ficam sempre no âmbito do debate de forma respeitosa. Fica registrada aqui a minha abertura ao diálogo e que estejamos aqui governando juntos para avançarmos até o final deste mandato”, finalizou Witzel.

A deputada Mônica Francisco (PSOL) disse ter considerado a reunião muito importante.

“O senhor tem a responsabilidade de mudar a história do estado do Rio de janeiro.  Precisamos de coragem para falar sobre o que acontece dentro das favelas. E que ampliemos cada vez mais o diálogo”, disse.

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