Japeri chega ao Carnaval 2024 cantada pela Império da Uva, de Nova Iguaçu

Neste domingo, (11), o Grêmio Recreativo Escola de Samba Império da Uva (GRES), abriu as portas da quadra, no bairro Carmary, em Nova Iguaçu, para o lançamento do enredo que vai representar o pavilhão no Carnaval 2024. A escola, que é pioneira em falar dos municípios da Baixada Fluminense, desta vez escolheu a cidade de Japeri com seus 32 anos de criação.

 Presente na quadra da agremiação, a Prefeita de Japeri, Fernanda Ontiveros, ficou emocionada com a homenagem que sua cidade vai receber no desfile. “Vai ser a hora que a história do meu povo vai invadir a zona Norte e animar o carnaval carioca”, disse ela ansiosa para ver a produção.

 O enredo ‘Dos trilhos do passado a Um Novo Tempo: Japeri!’, vai ser um mergulho na história da cidade, sua criação, a emancipação, os atrativos turísticos e a chegada de ‘Um novo tempo’. “É a forma de dizermos a Japeri o quanto essa cidade é especial e o quanto é importante para toda a Baixada Fluminense”, disse o Presidente Hugo Rodrigues.        

 Já o Presidente de Honra, Hernalton Portuga, relata que a escola Império da Uva têm em comum com Japeri a força e a garra do povo, o poder de driblar as adversidades e a vontade de vencer. “A escolha se deu porque, força e garra, é o que nos faz chegar à vitória e, foi isso que encontramos em Japeri. Agradecemos muito a prefeita que ouviu a nossa proposta e vamos buscar mais um campeonato”, disse.

 A prefeita relatou outras semelhanças entre ela, a escola de samba e a cidade de Japeri. Ela e a agremiação são de 1980, possuem o mesmo santo protetor, São Jorge, e Japeri vai completar 32 anos de existência e emancipação, antes pertencia a cidade de Nova Iguaçu. “Isso nos faz família”, disse a gestora que completou falando do orgulho de ser a primeira mulher eleita prefeita da história da cidade e de ser da Baixada Fluminense.

 Sob aplausos, Fernanda Ontiveros, declarou ainda: “Japeri vai ser o ‘pé de coelho’ da Império da Uva no carnaval de 2024”, disse fazendo referência ao símbolo da sorte, por ser o coelho um animal de vasta procriação. Ao ouvir essa declaração, a professora Claudia Maria, fala da importância de se mostrar a história das cidades da Baixada e, também, como está feliz por ter a filha estreando como passista da agremiação. “Esse pé de coelho também pode ser minha filha que está estreando como passista”, relata.    

O terapeuta holístico, Willian Leão, (28), frequentador da escola do Carmary, fala da importância da junção de culturas e divulgação da história das cidades da Baixada. Ao lado da amiga, Daniele Silva, que destaca a beleza da história de Japeri. “A cidade tem muita coisa pra gente conhecer e vai ser muito bonito ver essa homenagem”, os amigos sambam e celebram a escolha da cidade de Japeri como enredo.

Roda de Samba com feijoada, aniversário  e muitas atrações

O evento, que teve ainda a distribuição de feijoada, comemorou também o aniversário do coordenador de ações sociais, Nurynho Almawi, e contou com as apresentações do Grupo Alma Gêmea do Samba, do intérprete da escola, Aldo Ribeiro; da Bateria Sangue Verde da Império da Uva e a escolha de, Beatriz Ferreira, como Musa da Escola. “Ela será nossa representante na disputa para Musa do Carnaval 2024”, disse Portuga, depois de chamar o público para desempatar a competição.

Para Nurynho, no dia do seu aniversário ser quem entrega o presente foi uma grande honra. “Hoje eu entrego a minha escola, o presente de falar de uma história rica como a da cidade de Japeri. E agora é rumo a vitória!”, falou o aniversariante.

O Império da Uva, desfila em 2024 na Série Prata do Carnaval da Intendente Magalhães, em data a ser definida. Em 2023, com o enredo ‘Laroyê, Rainha das Marias’, a escola ficou em sétimo lugar, depois de disputar com outras 32 escolas.

Grêmio Recreativo Escola de Samba Império da Uva

A história do Grêmio Recreativo Escola de Samba Império da Uva, surgiu em 1980, como um “bloco de sujo”, no bairro Carmary, em Nova Iguaçu. Onde hoje é a escola de samba, funcionava o  Botafoguinho Tênis Clube. Do outro lado da rua tinha o comercio do sr. Vicente de Paula, Natinho. Neste lugar, toda segunda-feira, tinha uma resenha que começava às 8h da manhã e terminava às 17h.  O horário diferenciado era porque os rapazes saiam de casa para o trabalho, levando suas marmitas, mas, o destino era o bar.

O grupo com cerca de 30 pessoas, passava o dia bebendo e a alimentação eram as marmitas e linguiças fritas no álcool que eles fritavam e colocavam farinha.  Até que chegou um cidadão que ninguém conhecia, e olhando que aquela segunda-feira era como um domingo para os rapazes, parou no bar e ali num banco, o cidadão, muito embriagado, disse que aquilo estava parecendo o “Banco da Uva”.

E começou um burburinho do que seria esse “Banco da Uva” e, eis que o cidadão vira e diz que era o “Banco da União dos Vagabundos Aposentados”. 

Com a chegada do final do ano, as casas tocavam Roberto Carlos no Natal e os sambas enredo no Ano Novo. Então, seu Natinho e os amigos criaram o “Bloco de sujo”, que pela falta de instrumentos usavam as barricas de vinho para produção de surdos. Naquele primeiro ano o bloco arrastou cerca de mil pessoas, uma multidão para a ocasião.

Mais tarde, em homenagem ao Império Serrano, escola do coração de seu ‘Natinho’, o banco foi substituído por império, nascia definitivamente a ‘Império da Uva’. E desde então foi só crescendo até chegar ao primeiro samba, ‘Veja, veja o que vem ai! Império da Uva é que vai surgir!’.

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