Multiartista da Baixada, Tarso Gentil leva desenho e cor através do grafite para o Morro da Providência neste sábado (30)

Visando mudar o cenário que ronda a Java, periferia no Rio de Janeiro situada em cima do túnel João Ricardo – na Gamboa – que dá acesso ao Morro da Providência, a primeira comunidade do Brasil, a Galeria Providência realiza mais uma ação cultural neste sábado (30), a partir das 9h. O ator, artista plástico e cenógrafo, Tarso Gentil (34), é um dos que compõem a programação. 

De Gramacho, na Baixada Fluminense, para o mundo, o multiartista, que coleciona quase 20 anos de uma vida dedicada à arte, destacou a importância do projeto. “Ressignificar espaços como esse é de um valor tamanho, pois as crianças e seus familiares vão poder interagir e brincar em um espaço vivo, alegre e colorido”, ressaltou Tarso. 

Cercada por uma extensa vegetação, o espaço, que inadequadamente já foi utilizado como descarte de lixo e que, hoje, oferece perigo à população diariamente devido ao mato alto por toda a área, está prestes a ganhar uma nova cara através do ‘museu a céu aberto’, como também é carinhosamente conhecida a Galeria Providência. Exposição, dança, música, ritmos, encenação e muitos tons e pinturas através do grafite que serão estampados pelos muros do terreno são alguns dos atrativos. 

Convidado para esta edição pelo produtor cultural, Bruno Oliveira, Tarso está otimista para a programação. “Minhas expectativas são as melhores. O evento será feito numa praça que está revitalizando toda a comunidade. A ideia era trabalhar um conceito lúdico e infantil. E a infância está muito presente na minha construção enquanto artista, visto que coloco as minhas memórias em minha narrativa”, frisou. 

Cabe ressaltar que o Morro da Providência foi habitado no século XIX pelo escritor Machado de Assis; um dos grandes nomes da literatura brasileira. Além disso, merece dizer ainda que foi em uma de suas áreas que os soldados regressados de Canudos estabeleceram a comunidade da Favela, a partir de 1897. O Livramento, um dos acessos da Providência, é onde se situava a chácara em que o escritor nasceu, em 1839, e viveu, até 1854. Esse local da infância é descrito, por exemplo, em “Casa Velha”, um de seus clássicos romances. 

Já a Galeria Providência, idealizada pelo produtor cultural, pesquisador, dançarino e morador Hugo Oliveira e com curadoria do artista e designer Cazé, realiza eventos culturais por meio do popular museu a céu aberto. Na unidade, atores, cantores, artistas plásticos, dançarinos, poetas, entre outros profissionais do segmento artístico levam cultura à comunidade local e ao seu entorno, além de elevar a autoestima dos habitantes.

Foto: Fernanda Rocha

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