Na era dos podcasts, estudantes  produzem radionovelas

Se você acha que as radionovelas não existem mais, ledo engano. Na era dos podcasts, elas ressuscitaram e passaram por um processo de modernização. Fenômeno de audiência nos anos 40 e 50, o formato, que marcou a época de ouro do rádio, foi resgatado pelas plataformas de streaming e volta a se consolidar. Diante desse novo contexto, jovens alunos do Ensino Fundamental Anos Finais e do Ensino Médio do Elite Rede de Ensino têm sido desafiados com uma nova experiência: produzir radionovelas para um projeto escolar.

Anualmente, os estudantes da do Elite desenvolvem o projeto conhecido como Palco Elite, que tem como propósito desenvolver os aspectos intelectual, afetivo, social, cultural e lúdico, além de preparar os jovens para o mercado de trabalho e para o empreendedorismo. Os alunos desenvolvem uma peça teatral para vivenciarem toda a experiência que o teatro pode proporcionar, desempenhando atividades em diferentes setores com funções determinadas, cuidando de aspectos como cenário, figurino, elenco, sonoplastia, making of, roteiro, financeiro e marketing.

Sem a possibilidade de ocupar palcos de teatro devido ao momento atípico, em 2021, o projeto foi adaptado para um modelo executável à distância, mantendo os objetivos da iniciativa e garantindo a segurança dos alunos e dos professores. 

Espírito de equipe presente

Na visão da coordenadora do Ensino Fundamental Anos Finais do Elite, Luiza Itabayana, a produção das radiosnovelas, em um formato repaginado, trouxe ferramentas tecnológicas que são associadas a um tipo de comunicação consolidada na pandemia: os podcasts. Mesmo com a mudança de formato, os alunos ainda trabalham pontos importantes, como produção, edição e sonoplastia e, mesmo sem a proximidade física, desenvolvem o espírito de equipe – algo fundamental não só na fase estudantil, mas também na vida adulta.

“Foi uma adaptação ao momento que estamos vivendo. Uma adaptação que traz tecnologia através das radionovelas, que voltaram por meio dos podcasts de uma forma moderna. Esse modelo nos permitiu não perder a essência da proatividade, do protagonismo e do desenvolvimento de múltiplas habilidades dos estudantes. Eles desenvolveram a oratória, realizaram pesquisas históricas e produziram as sonoplastias”, explica Luiza.

Trabalho da autoanálise chama atenção

Carlos Magno, coordenador e professor do projeto, disse que em um primeiro momento foi desafiador motivar os alunos que tinham a expectativa de estar no palco, porém se viram diante de um computador. “A ideia dos podcasts tem um vínculo muito próximo com a realidade atual dos alunos. Quando se perceberam inseridos em tudo que está acontecendo no momento, sobretudo com artistas, jornalistas, enfim, grandes personalidades adotando o modelo, os jovens viram o quão grande pode se tornar esse formato de comunicação. Aí, efetivamente, conseguimos trazê-los para o mundo dos podcasts e atuaram com afinco”.

O professor conta que o formato de 2021 trouxe gratas surpresas. “Descobrimos grandes potencialidades em alunos que não tinham uma participação tão efetiva no dia a dia, mas que se mostraram excelentes sob o ponto de vista técnico. Outro ponto marcante foi a dicotomia. Enquanto algumas turmas optaram pela tecnologia, com efeitos digitalizados, outras buscaram o tradicional, produzindo os próprios efeitos sonoros, e os resultados também ficaram muito bons. Eles puderam trabalhar a autoanálise. Nesse formato você faz e ouve. Ou seja, os alunos adquiriram uma percepção de autocrítica”. Confira os episódios .

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