Operação de trens até Vila Inhomirim está parada desde 2020

Os deputados membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Trens, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), realizaram, nesta segunda-feira (23/05), vistoria no ramal ferroviário de Saracuruna, operado pela concessionária Supervia. Durante a inspeção, os parlamentares constataram que a operação de trens nas estações Fragoso e Vila Inhomirim permanece suspensa em decorrência da estrutura instável da ponte de acesso à estação final. O serviço foi interrompido em novembro de 2020 e, com isso, os passageiros só conseguem chegar até Piabetá.

Segundo o gerente de Câmara Técnica de Transportes e Rodovias da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp), Édipo Ázaro, a estrutura da ponte era muito antiga e foi danificada pelas chuvas, colocando em risco a circulação de trens no local. Ainda não há prazo para o retorno do serviço.

Durante a vistoria, usuários do ramal denunciaram a demora para a chegada das composições que saem de Saracuruna com destino a Piabetá. O intervalo entre os trens que fazem o trajeto é de, em média, quatro horas. A presidente da CPI, deputada Lucinha (PSD), disse que o Governo do Estado e a Supervia precisam proporcionar o retorno dos trens no trajeto, além de resolver as irregularidades de infraestrutura, sinalização e acessibilidade nas estações fiscalizadas.

“É triste saber que um passageiro fica aqui na estação de Saracuruna durante quatro horas esperando para chegar a Piabetá. As condições são terríveis para o trabalhador. Também vimos a preocupação dos maquinistas, que precisam ligar para ter autorização para transitar de uma estação para outra, devido à precariedade da sinalização e à falta de tecnologias mais inovadoras. A Agetransp precisa multar a Supervia por não executar o serviço que deveriam”, observou a parlamentar.

Os parlamentares constataram, ainda, a deterioração dos dormentes, principalmente a partir da estação Bonsucesso. Dessa forma, o tempo de viagem é prejudicado, pois a velocidade tem que ser reduzida. “As vias permanentes estão muito deterioradas, trilhos, dormentes, canaletas com muito mato, condições muito precárias. Nessa vistoria, pudemos constatar o que vimos nas outras também: abandono da linha férrea, conservação precária, muito lixo, forte presença do crime nas estações, e ausência de banheiros. Precisamos de uma mudança profunda nesse sistema”, afirmou o relator da CPI, deputado Waldeck Carneiro (PSB).

Para o deputado Luiz Paulo (PSD), é necessário que a concessão seja analisada. “Está faltando investimento, planejamento de conservação, sinalização. Há muito a se fazer para o sistema ficar funcionando ao menos de forma mediana. No programa Pacto RJ, está sinalizada uma linha estratégica que é a infraestrutura, e eu não vejo nada mais estratégico do que o sistema ferroviário de transporte. O que estamos fazendo, além de verificar as responsabilidades, é também alertar sobre essa situação caótica”, comentou. A deputada Enfermeira Rejane (PCdoB) também participou da vistoria.

FOTO Julia Passos/Alerj

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