Secretaria alerta para combate ao  preconceito e tratamento da psoríase

O dia 29 de outubro é marcado como data de conscientização, tratamento e combate ao preconceito relacionados à psoríase, uma enfermidade inflamatória crônica da pele caracterizada por lesões avermelhadas e descamativas, normalmente em forma de placas, não transmissível e que não tem cura. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a doença afeta cerca de 3% da população mundial, isto é, 125 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo 5 milhões apenas no Brasil. A psoríase atinge pessoas de qualquer faixa etária, com maior incidência entre 30 e 40 anos e 50 e 70 anos, sem distinção quanto ao gênero. No Brasil, a prevalência média da doença é de 1,3%, variando entre 0,9 a 1,1% nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e 1,9% no Sul e Sudeste.

As causas da psoríase ainda são desconhecidas, mas se sabe que envolvem questões autoimunes e genéticas. Também já está confirmado que alguns fatores externos podem causar o surgimento ou a piora das lesões, como o tempo frio, as infecções e o estresse. O hábito de coçar ou de mexer nas lesões e os banhos?quentes e prolongados pioram o quadro, provocando, muitas vezes, até ressecamento e coceiras da pele.

O médico dermatologista do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (Iede) e diretor da SBD, Egon Daxbacher, alerta sobre o preconceito que pacientes diagnosticados com a psoríase sofrem.

“Toda doença que afeta a pele de forma intensa, e que leva a prejuízo na imagem, acaba sendo alvo de preconceito, infelizmente. Isso faz com que as pessoas diagnosticadas possam se sentir mal com a doença mais do que ela própria já cause problemas e, com isso, até dificultar a resposta ao tratamento”, opina o especialista.

Daxbacher também associa doenças crônicas (hipertensão arterial, diabetes e obesidade) e problemas emocionais e psicológicos como uma forma de desencadear ou agravar a psoríase. O médico ressalta a complexidade de casos mais graves.

“Casos muito extensos de psoríase, que afetem quase ou totalmente a pele do corpo, podem facilitar infecções e desidratação. Em casos que as articulações sejam afetadas, podem ocorrer deformidades de mãos e pés”, explica.

A psoríase é classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma doença inflamatória crônica, grave e não transmissível. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Dermatologia e a Secretaria de Estado de Saúde realizam anualmente a Campanha Nacional de Conscientização da Psoríase, com objetivo de reduzir a falta de informações sobre a doença e, em especial, extinguir o preconceito vivido por pacientes que receberam este diagnóstico. O Dia Mundial da Psoríase surgiu justamente para tentar solucionar esta questão. A data, celebrada sempre em 29 de outubro, nasceu em 2004 a partir da união de várias organizações mundiais para tratar do tema.

Sintomas

A psoríase apresenta um conjunto de sintomas confundíveis com outras doenças de pele. Os mais comuns são:

– Lesões róseas ou avermelhadas, recobertas por escamas esbranquiçadas, que afetam a pele, especialmente em cotovelos, joelhos, couro cabeludo, unhas, palmas das mãos e plantas dos pés;

– Manchas, coceira, queimação e dor, unhas grossas, sulcadas ou com caroços;

– Em casos mais graves e avançados, a doença pode causar danos às articulações, com dor e inflamação articular.

Diagnóstico

Os dermatologistas são, habitualmente, os médicos que realizam os diagnósticos e iniciam o tratamento da psoríase. Não há exames de sangue que comprovem a enfermidade. O diagnóstico é realizado por exame clínico por meio de uma avaliação profissional dos sinais e sintomas do paciente ou, eventualmente, por biópsia.

Tratamento

Nos casos mais leves, normalmente são prescritos medicamentos como pomadas, loções, xampus ou gel. Em casos mais avançados, são indicadas sessões de fototerapia por ultravioleta, com ou sem remédio, medicamentos de uso oral ou injetável. O tratamento deve ser sempre indicado por um médico. Uma das principais diretrizes da data é ressaltar as perspectivas de tratamento da psoríase para uma melhor qualidade de vida aos pacientes. A importância do diagnóstico correto e do acesso à informação – uma das principais armas para combater o preconceito – se tornam essenciais para que o paciente não sofra abalos psicológicos, aprenda a se cuidar e a gerenciar sua doença.

Prevenção

Não existe hoje uma forma de prevenir o surgimento da doença em quem tem predisposição. Apesar disso, existem tratamentos que podem manter a doença controlada ou mesmo ausente da pele, parecendo que a pessoa não a possui.

A SES pede para que a população não deixe de procurar um médico dermatologista para diagnóstico e tratamento no site da SBD (www.sbd.org.br) ou nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Mais informações em www.psoriasetemtratamento.com.br


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