Witzel ironiza Crivella sobre  situação do sambódromo

O governador Wilson Witzel disse, ontem, que, mesmo com a desistência do prefeito Marcelo Crivella de negociar a cessão do Sambódromo para o governo do estado, vai honrar com o compromisso de investir R$ 130 milhões nos hospitais municipais Rocha Faria e Alberto Schweitzer, na Zona Oeste. Witzel ironizou a situação dizendo “que bom que o prefeito gosta de carnaval agora”, mas reclamou do fato de Crivella ainda não ter assinado o convênio para a disponibilização do dinheiro.

“Que bom que o prefeito passou a gostar de carnaval agora. Agora só falta ele ir lá ao Sambódromo e sambar com as escolas e continuar apoiando o carnaval. Da minha parte, vou continuar apoiando com aquilo que for possível. Vamos ajudar os ensaios técnicos através da lei de incentivo. Nós vamos fazer dentro daquilo que a lei permite. Mesmo com a desistência de (a prefeitura) ceder o Sambódromo (ao estado), eu mantenho disponíveis os recursos assim como tenho feito com as prefeituras. Mas até a quinta-feira o prefeito não tinha assinado o convênio. É preciso que ele vá assinar para poder ter os R$ 130 milhões disponíveis”, disse o governador, durante a cerimônia de apresentação de novos policiais militares.

O governador Witzel ironizou a situação dizendo “que bom que o prefeito gosta de carnaval agora”

Witzel disse que o estado ficará feliz com o apoio que o governo federal está dando à prefeitura: “Então que bom que o prefeito conseguiu mais um apoio. Tenho certeza que o nosso estado ficará muito feliz. Espero que ele (o apoio do governo federal) seja suficiente para fazer as obras. São R$ 8 milhões. Aqui, agora, só foram 3 milhões. É preocupante. Vamos ficar atentos a isso”, frisou o governador.

Em um evento para anunciar medidas para o verão, Crivella anunciou que o Sambódromo continuará com a prefeitura no ano que vem. Após semanas de negociações com Witzel, a transferência da Passarela do Samba não acontecerá mais — pelo menos até o próximo carnaval. Crivella afirmou que receberá os R$ 8,5 milhões do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.

“Estive com o ministro do Turismo, e precisamos fazer obras de exigências dos bombeiros. Eles nos ajudarão a fazer essas obras. A etapa de adequação começa nesta segunda-feira”, afirmou Crivella.O prefeito deu sua versão para o imbróglio envolvendo o governo do estado. Nas últimas semanas, Witzel disse estar sendo “enrolado” e acusou Crivella de mentir e criar obstáculos.

“Para que o estado passasse esse recurso, em regime de recuperação fiscal, só poderiam passar se déssemos o Sambódromo para o estado e é preciso uma lei. Os vereadores não concordaram, então ficou difícil de eles nos ajudarem”, acrescentou o prefeito.Crivella aproveitou o assunto e, em meio a risadas, minimizou a ideia de desapropriação do espaço. Witzel alertou que poderia utilizar esse mecanismo caso a cessão do Sambódromo não fosse concluída.

   “Talvez haja interesse do governador em desapropriar no ano que vem, mas precisa de suporte do governo federal. Mas isso o governador consegue fácil em 30 minutos ligando para o presidente da República”, ironizou o prefeito, em referência ao momento conturbado entre Witzel e Jair Bolsonaro.

Acordo pela metade

O pacote de medidas que seria assinado no início do mês envolvia não apenas o Sambódromo mas também o repasse de verbas dos hospitais municipalizados da Zona Oeste, o Rocha Faria e o Albert Schweitzer. As duas unidades são alvo de uma longa briga entre o poder estadual e municipal. Seguindo Crivella, o convênio será assinado nesta segunda-feira, oficializando o repasse mensal de R$ 6 milhões e outros R$ 60 milhões para investimento em infraestrutura na saúde pública. “É muito pouco, mas é muito bem vindo (o repasse mensal). O governador disse que não me encontrou na última semana, queria me dar o cheque, mas faz cinco meses da promessa dele”, disse.

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