Por Renata Araújo
Este artigo trata da importância da Psicologia no atendimento prestado no pronto socorro, porta de entrada da Atenção Primária à Saúde. A abordagem está embasada na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), em especial nas intervenções onde são identificados casos de ansiedade do paciente.
Sabe-se que a ansiedade é um transtorno que vem aumentando significativamente e muitos acabam se direcionando ao pronto atendimento, uma vez que os sintomas são similares a diversas patologias, como problemas cardiovasculares e até mesmo depressão. Além disso, o ambiente hospitalar também pode gerar comportamentos ansiosos, seja durante uma internação, tratamento, cirurgia, ou em situações de haver um parente doente.
Esse tipo de transtorno é caracterizado por manifestações clínicas que podem desencadear comprometimentos ao funcionamento físico e psicológico do indivíduo. A ansiedade ainda pode levar ao desenvolvimento de estratégias com o objetivo de evitar o contato com as causas do temor. No longo prazo, esse processo pode causar a diminuição da autoestima e, inclusive, o desinteresse pela vida, surgindo, assim, a necessidade urgente de, ainda no atendimento ambulatorial do pronto socorro, que a questão seja identificada e encaminhada para o devido suporte psicoterapêutico.
Foi possível compreender que a terapia cognitiva-comportamental tem sido adaptada a pacientes de diferentes níveis de educação e renda, de várias culturas e faixas etárias, até mesmo com idade avançada. É usada nos segmentos da saúde, da educação, em programas vocacionais e prisões, podendo ser aplicada em grupos, casais, família e individualmente.
O modelo cognitivo propõe um modo de pensamento disfuncional que influencia o humor e o pensamento do paciente, possibilitando a sua utilização em todos os transtornos psicológicos. Desta forma, através das técnicas de TCC, é possível diagnosticar a ansiedade ainda no pronto atendimento, iniciando precocemente o tratamento comportamental, a fim de que seja evitada a evolução do quadro para comorbidade.
A abordagem da psicologia na terapia cognitiva comportamental possibilita a reestruturação dos pensamentos que geram os sentimentos e o comportamento humano. Inclusive, é uma técnica bem elaborada indicada para diversos tipos de transtornos, síndromes e outras questões psicológicas.
Renata Araújo é Psicóloga, Coordenadora do Centro de Atendimento Multidisciplinar Unimed Nova Iguaçu, especialista na Terapia Cognitiva Comportamental, especialista na Neuropsicologia pela PUC-RJ, curso de extensão em Neuropsicologia para Crianças e Ciência ABA – Análise Comportamental.