O presidente da Comissão Externa do Coronavírus da Câmara, deputado Dr. Luizinho (PP-RJ) enviou nesta quarta-feira (22) requerimento formal ao Ministério da Saúde pedindo que, diante do aumento de casos de varíola dos macacos no Brasil, os aeroportos façam controle de temperatura dos passageiros, sobretudo aqueles oriundos da Espanha, onde já foram confirmados 607 e um total de 2.667 casos no mundo até ontem. No Brasil, já foram confirmados oito casos, sendo dois no estado do Rio de Janeiro.
O deputado lembra que, no Carnaval de 2020, antes de qualquer caso de COVID-19 tivesse sido registrado no Brasil e antes de a OMS declarar a pandemia, ele faz pedido semelhante ao então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e foi ignorado. “Espero que a história não se repita”, disse ele.
Por ora, a OMS disse que não se trata nem de epidemia, muito menos pandemia. Entretanto, na opinião do deputado, é fundamental conter o surto antes que ele saia de controle.
Diferentemente da Covid-19, a varíola dos macacos não é de fácil transmissão. O vírus é transmitido por meio de contato direito com animais ou humanos infectados ou com roupas e objetos de infectados, por meio da mordida de animais que carregam o vírus ou consumo destes, além de gotículas respiratorias e via sexual.
Descoberto em 1958, o vírus da Varíola do Macaco – que provoca bolhas doloridas semelhantes à catapora – é endêmico na África. Por isso, causou estranheza quando, a partir de maior deste ano, dezenas de casos foram detectados em diferentes partes do mundo, ao mesmo tempo.
O período de incubação do vírus varia. Pode ir de sete a 21 dias, os sintomas costumam aparecer após dez a 4 dias e se vão após duas a quatro semanas. Apenas 6% dos casos é fatal – geralmente quando atinge crianças pequenas. Além das erupções cutâneas, a varíola dos macacos causa dores na cabeça, costas e muscular, febre, calafrios, cansaço e inchaço dos ganglios.
Não há um tratamento específico e nenhuma vacina contra esse vírus. Especialistas dizem, porém, que a vacina contra a varíola também protege contra a variante dos macacos e droga antivirais também estão sendo desenvolvidas. O Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças recomendou que todos os casos suspeitos sejam isolados e que os contatos de alto risco recebam uma vacina contra a varíola.