A pedido da prefeitura do Rio de Janeiro, o governo federal enviará à China aviões para buscar 190 toneladas de equipamentos comprados pelo município antes da pandemia do novo coronavírus e que agora serão essenciais para o combate à doença. A informação foi divulgada ontem (14) pelo prefeito Marcelo Crivella.
A mercadoria inclui 806 respiradores, aparelhos fundamentais para o socorro de pacientes mais graves de covid-19. “Esse é o equipamento mais procurado do mundo. Estão vindo tomógrafos também, fundamentais para os exames mais importantes no caso do novo coronavírus. Virão também mais carrinhos de anestesia, que podem ser usados como respiradores, raios X digitais, aparelhos de ultrassonografia e de eletrocardiograma. Quero agradecer muito ao presidente Jair Bolsonaro e ao general Braga Netto”, detalhou Crivella.
Segundo o prefeito, nesse momento crucial de reação à covid-19, os equipamentos – que a prefeitura já havia comprado no ano passado para atualizar hospitais e demais unidades de saúde do município – tornaram-se cobiçados por todos os países e, se viessem em voos de carga usuais, a população da cidade corria o risco de perder toda a mercadoria previamente adquirida.
“Os chineses, de quem fizemos a compra, nos disseram que, quando os aviões chegam à Europa e aos Estados Unidos, esse tipo de material fica por lá. Os governos dos países arrestam a carga por necessidade e a gente ia perder tudo. Mas agora todas as 190 toneladas de equipamentos comprados por nós chegarão ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e, de lá, a prefeitura vai colocá-los em caminhões, que virão para o Rio de Janeiro com o governo federal fazendo a escolta “, explicou.
Duas etapas
Em telefonema, o ministro-chefe da Casa Civil e coordenador do Gabinete de Crise que monitora a pandemia, general Braga Netto, acertou com o prefeito que o primeiro lote, de 111 toneladas de equipamentos, chegará em 27 de abril, incluindo 3 milhões de máscaras e óculos, entre outros itens. A segunda remessa, com cerca de 80 toneladas, chegará em 27 de maio e trará também respiradores mecânicos, entre uma grande quantidade de equipamentos destinados à área da saúde municipal .
Compra
O prefeito Marcelo Crivella contou que, bem antes de qualquer sinal de uma pandemia, comprou 806 respiradores mecânicos no início de sua gestão, além de 450 carrinhos de anestesia, que também possuem respiradores. Como a aquisição foi feita antes do início da pandemia, as condições de compra foram mais vantajosas, em comparação à realidade atual, em que esses equipamentos estão em falta no mercado mundial. “ Tínhamos planejado reaparelhar as nossas unidades de saúde no município e fizemos a compra. Pagamos por respirador US$12 mil dólares, cerca de R$ 40 mil. Na ocasião, o dólar estava mais em conta. Hoje, um respirador é vendido por R$ 200 mil, e há um detalhe: paguei em prestações, durante cinco anos, não paguei à vista, como hoje estão praticamente exigindo. Não foi só comprar, mas fazê-lo em uma condição muito boa”, disse Crivella.
Isolamento
Crivella voltou a pedir à população que siga a orientação de ficar em casa e, caso seja necessário sair, que evite aglomerações.
“A gente faz o apelo que sempre faz: que as pessoas não façam aglomeração. Classificamos de aglomeração a reunião de duas ou mais pessoas, em uma distância menor de dois metros. O contágio ocorre nesse momento. Na reunião feita ontem com cientistas do Rio de Janeiro, ficou decidido que as medidas de afastamento têm que ser mantidas de forma sagrada”.