Licitação para gestão do Maracanã será lançada em janeiro de 2020

Thiago Lontra

O secretário de Estado da Casa Civil, José Luís Zamith, afirmou que a licitação para gestão do Maracanã e do Maracanãzinho será lançada em janeiro de 2020. Até lá, a administração temporária do estádio, feita em conjunto pelos clubes Flamengo e Fluminense, deverá ser renovada por mais 180 dias. As declarações foram feitas nesta sexta-feira (13) durante audiência pública da Comissão Especial da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) criada para apurar danos aos cofres públicos envolvendo Jogos Olímpicos e competições de alto rendimento financeiro.

Zamith afirmou que a expectativa é ter a nova concessionária definida em maio e que é incerto se a licitação contemplará outros equipamentos do Complexo Maracanã, como o Estádio Célio de Barros. “Por enquanto, nós vamos continuar com os atuais permissionários e provavelmente vamos renovar a gestão por mais 180 dias. Semana que vem, estaremos lançando um procedimento de manifestação de interesse para os que queiram modelar a concessão do estádio. A expectativa é fazer a escolha da melhor modelagem até o fim do ano e, em janeiro, lançar a licitação. Em março, escolheremos a futura concessionária e faremos a transição entre os meses de abril e maio”, detalhou o que ele chamou de prazos ideais.

Durante a audiência, os deputados lembraram que a empresa Food Team segue atuando no estádio sem contrato e Zamith explicou que não cabe ao governo escolher as empresas que atuam no equipamento enquanto este for administrado por um consórcio. Questionado sobre a presença de cambistas e do comércio ilegal no entorno do Maracanã, o secretário afirmou que o Governo do Estado pretende levar até a região a Marcha da Cidadania, iniciativa iniciada na Zona Sul do Rio contra a desordem urbana.

Bilhetagem

Outra empresa que atua no estádio é a Imply, que é responsável por produzir os bilhetes e gerenciar a catraca de acesso ao Maracanã. No entanto, ela também é a responsável por fazer a fiscalização do serviço e, como pontuou o diretor-geral de marketing do Flamengo, Aleksander Santos, o consórcio não possui uma forma de controlar o número de bilhetes emitidos pela empresa. “O Flamengo não tem esse controle oficial porque eu solicito, por exemplo, a emissão de dois mil ingressos e a nossa roleta, tecnicamente, lê esses dois mil. Mas o controle da roleta é da própria empresa que produz o bilhete. Teoricamente, nós confiamos no nosso fornecedor”, admitiu.

A atuação da Imply recebeu críticas do presidente da comissão, deputado Rodrigo Amorim (PSL), que quer investigar se há uma produção de ingressos maior do que o número de assentos disponível. “Mais uma vez a comissão revela um novo problema, dessa vez a bilhetagem. Nós já recebemos relatos de pessoas que tiveram que ficar em pé no setor do Maracanã, um espaço que é nobre e caro. Na próxima audiência, iremos avançar sobre a fiscalização da comercialização desses ingressos”, declarou o presidente. Apesar de convidada, a empresa Imply não compareceu ao encontro de hoje.

Também estiveram presentes os deputados Alexandre Knoploch (PSL) e Jorge Felippe Neto (PSD), respectivamente relator e vice-presidente da comissão.

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