Falta de infraestrutura logística e dificuldades de recuperação de créditos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) foram as principais demandas apresentadas pelos empresários do Sul Fluminense, durante visita do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputado André Ceciliano (PT) à região, nesta terça-feira (12/07). O objetivo foi conhecer de perto os entraves ao desenvolvimento econômico local. A comitiva da Alerj visitou quatro montadoras do cluster automotivo: Stellantis (grupo que engloba a Peugeot-Citröen e outras 12 empresas); MAN Volkswagen; Nissan e Jaguar Land Rover, nos municípios de Porto Real, Resende e Itatiaia.
“Há algumas reclamações na questão logística, para desafogar a Via Dutra. Outra reclamação são os créditos do ICMS. Solicitei para eles fazerem um estudo para que possamos nos debruçar na Comissão de Tributação da Alerj. Estamos perdendo empresas que estão voltando para o Japão, por exemplo. Sem essa compensação de ICMS acabamos perdendo competitividade. Podemos fazer da região um grande polo de inovação e tecnologia, inclusive trazendo fábricas para criação de automóveis elétricos na região”, afirmou Ceciliano.
O presidente do Cluster automotivo do Sul Fluminense, Itamar de Souza, explicou que para melhorar a chegada de insumos e o escoamento da produção regional seria necessário criar um arco viário no Sul Fluminense, fazendo a conexão entres todas as montadoras e fornecedoras, bem como desafogando a Via Dutra, BR-116, principal rodovia da Região.
“A região carece de obras infraestrutura, principalmente relacionado a questões viárias de condições da pista depois da Rodovia Presidente Dutra. Não só da conexão da Dutra com as empresas, mas principalmente a criação de vias alternativas à Dutra, porque tudo dependendo da Dutra é um risco muito grande. Não só um risco de eventuais acidentes e congestionamentos, mas um risco futuro devido as obras da nova concessão. Se não criarmos rotas alternativas para o fluxo de peças e de pessoas, nós vamos ter muitos problemas”, explicou o diretor da planta da Stellantis, em Porto Real, Itamar de Souza.
Outra demanda do setor é a recuperação de créditos de ICMS decorrentes de benefícios fiscais. O cluster estima que as empresas tenham R$ 600 milhões de créditos de ICMS para receber dos últimos cinco anos. “Hoje o principal foco na questão tributária é a recuperação de ICMS, que cria dificuldade para algumas das montadoras do setor entre a balança comercial do que se importa e exporta. Os créditos, que hoje não são monetizáveis, acabam se tornando prejuízo para as empresas em um determinado momento. Esse é um tema que trabalhamos há algum tempo com o Governo do Estado e Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz)”, concluiu Souza.
FOTO Júlia Passos