As mulheres no legislativo iguaçuano

Por Almeida dos Santos

Quem pesquisar sobre as mulheres que foram eleitas e tiveram mandatos na Câmara Municipal de Nova Iguaçu, ao longo de 190 anos de instalada, desde 29 de julho de 1833 até agora, verá que apenas 12 mulheres foram eleitas. Número pequeno que cabe aqui nestas linhas, ressaltando que apenas algumas conseguiram a reeleição ou projeções maiores na política.

Então vejamos: a primeira vereadora em Nova Iguaçu foi Carmelita Brasil Monteiro. Exerceu o mandato entre os anos de 1947 a 1950. Entrou para a história por ser a primeira mulher na Câmara de Vereadores de Nova Iguaçu. Se “atreveu” e conseguiu escrever um capítulo de pioneirismo por ter sido, também, a primeira vereadora do estado do Rio de Janeiro. Ficou esquecida por muito tempo na memória da cidade, mas através de um esforço do presidente da Câmara, Dudu Reina, a participação da Carmelita foi resgata e hoje é nome de comenda oferecida pela Câmara e de autoria do vereador.

O intervalo entre a conquista de Carmelita Brasil até a segunda mulher tomar posse na Câmara foi de 33 anos. Como Carmelita ficou até 1950, somente em 1983 tomava posse do cargo a segunda mulher eleita, que foi Maria Ivete Pantaleão, ou simplesmente Ivete Pantaleão. Na eleição seguinte ao término do seu mandato na Câmara, duas mulheres conseguiram se eleger no ano de 1988. Uma delas foi a Rosely Souza da Fonseca, mais conhecida como Rose do PT, que logo após foi eleita deputada estadual com mandato que iniciou em 1 de fevereiro de 1991 e se estendeu até o dia 31 de janeiro de 1995.

Junto com a Rosely (Rose) outra mulher integrou a “bancada feminina” na Câmara. Margareth Lídia de Moraes, ou Margareth Moraes, foi eleita em 1988 para um mandato de 1989 até 1992 e reeleita para outro mandato de 1993 a 1996. Maria José de Souza também foi vereadora entre 1994 a 1996. Em seguida foi a vez da Diva Florindo Bastos (Diva Bastos) e Marly de Freitas assumirem na legislatura de 2005 a 2008. Marly foi reeleita para o mandato 2009 a 2012, após ter exercido um papel de destaque na gestão do seu aliado Lindbergh Farias (PT) na Prefeitura de Nova Iguaçu.

Entre as ex-vereadoras iguaçuanas, a atual secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Estado, a deputada federal licenciada, Rosângela de Souza Gomes (Rosângela Gomes), é aquela que mais mandatos conquistou na política e ainda concorreu ao Senado Federal. Mas na Câmara Municipal de Nova Iguaçu teve dois mandatos (2005 a 2009/2009 a 2011) e saiu para tomar posse como deputada.

Maria Nicolasina Winen Guimarães, ou Nicolasina Acarisi, concorreu em 2008 e exerceu mandato na vereança entre 2009 a 2012. Giane da Silva Prudêncio, a Giane Jura, é outro nome feminino na galaria de mulheres da Câmara de Nova Iguaçu. Exerceu mandato entre 2013 a 2016. E Renata Magalhães, ou Renata da Telemenssagem, foi eleita para um mandato de 2017 a 2020, mas não concorreu à reeleição.

Em 190 anos de história da Câmara, somente 12 mulheres, de linhas políticas e ideologias antagônicas, tiveram mandatos. Um número muito aquém para uma cidade quase bicentenária.

Almeida dos Santos é jornalista e coordenador do Centro de Cultura, Pesquisas, Memória e Documentação Histórica da Câmara Municipal de Nova Iguaçu.

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