Vereadora afirma que é vítima de perseguição e violência política na Câmara de Mesquita

Na última quarta (26), a vereadora Ana Cris Gêmeas foi afastada, pela terceira vez, de seu cargo

Única mulher dos 12 vereadores que compõem o quadro da Câmara Municipal de Mesquita, a vereadora Ana Cris Gêmeas (PSD/RJ),  foi afastada na última quarta-feira (26), pela terceira vez, de seu cargo. A decisão foi publicada em Diário Oficial emitido pelo presidente da Casa, vereador Gelson Henrique, que também determina que a legisladora desocupe o gabinete em até cinco dias e a reintegração imediata do suplente.

A vereadora  afirma que está sendo vítima de perseguição e violência política de gênero após fazer uma série de denúncias sobre desvio de dinheiro da Câmara de Mesquita, em 2021. A casa é composta por 12 vereadores, sendo 11 ligados à base aliada do Executivo municipal. Ana Cris Gêmeas é a única oposição ao Executivo da cidade.

Após as denúncias da vereadora, um processo de investigação criminal contra a Câmara, culminou no pedido de afastamento e prisão do presidente à época pelo Ministério Público do RJ.  A prisão cautelar não foi acatada, porém ele permanece afastado desde 2022, até os dias de hoje.

Contudo, anterior ao afastamento, o vereador investigado, atuando  como  presidente, liderou um processo de cassação do  mandato da vereadora Ana Cris Gêmeas, pautado em denúncias anônimas, que gerou fato político e ético para abertura de comissão de ética contra a vereadora. Assim, prontamente foi aberta uma CPI e provocou  a cassação, alegando que a parlamentar usava um automóvel de empresário e omissão de informações à Receita Federal.

“Durante todo meu mandato tenho passado por violência política de gênero. A celeridade por dar continuidade ao processo de cassação do mandato da única mulher eleita de forma legítima, querendo calar nossa voz, que cobrou transparência daquela Casa não é a mesma celeridade para abrir uma Comissão de Ética em desfavor ao vereador Sancler Nininho que foi afastado através da justiça por uma investigação criminal, que permanece afastado mas em nenhum momento a Câmara abriu o processo para cassar o mandato deste vereador. A covardia que impera na Câmara contra uma mulher, não é a mesma que impera para tratar o homem de forma diferente”, aponta a vereadora.

“Nossa luta é muito maior que o retorno de um mandato , é contra violência política de gênero, é para garantir combate contra a  impunidade e desvios de dinheiro público . A ameaça de cassação não pode silenciar quem luta no combate dos desvios de dinheiro público”, completa Ana Cris.

Ana Cris Gêmeas já deu entrada em um novo pedido de liminar para retornar ao mandato enquanto aguarda a decisão em segunda instância.

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