Com o objetivo de reafirmar a necessidade de enfrentar o racismo e o sexismo vivido até hoje por mulheres, a Prefeitura de Queimados, por meio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, promoveu nesta terça-feira (25) uma programação recheada de atividades sociais e culturais em alusão ao Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. A iniciativa aconteceu no Teatro Metodista, no Centro, e contou com a presença de 100 pessoas. 

Durante toda manhã, a programação contou com quatro oficinas gratuitas sobre maquiagem, negritude na literatura, empreendedorismo feminino e a importâncias das mulheres negras e indígenas nas organizações da sociedade civil e na administraçã pública oferecidas por mulheres negras e não negras que participam da luta antirracista. Cerca de 60 mulheres receberam uma menção honrosa pelo dia. 

Ao final, o tema da mesa de debate abordou como a subjetividade, as questões de gênero e o racismo se entrelaçam e afetam a experiência e a vida das mulheres negras, latino-americanas e caribenhas. Participaram da mesa a pesquisadora Juliana Coutinho; a economista Giselle Florentino; a subsecretária de Prevenção à Dependência Química Mariléia de Paula; e as professoras Carolina Potiguara e Roberta Renoir. 

A professora Carolina Potiguara disse sobre a importância do evento. 

– Isso aqui vem valorizar as identidades étnicas de Queimados por meio de uma iniciativa governamental. Aqui é um espaço que motiva as mulheres a reivindicar o seu direito à ancestralidade e sua história – enfatiza a indígena.

No Brasil, o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra foi instituída para reconhecer a importância das mulheres na construção histórica, cultural e social dos países da América Latina e do Caribe, além de destacar a luta contra o racismo, o machismo e outras formas de discriminação enfrentadas por elas. Tereza de Benguela foi uma líder quilombola por duas décadas e liderou a resistência contra o governo escravista. Em Queimados, o dia faz parte do calendário das datas comemorativas da cidade por meio da Lei n° 1719/22.

– O grande legado da Tereza é sua inteligência, a capacidade de liderança e uma gestão parlamentar e enfrentamento ao colonialismo. A história dela é uma inspiração e uma referência para nós mulheres negras – disse a coordenadora de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Giselle Maria.